PORQUE VAMOS AO PURGATÓRIO

A NOSSA IMPERFEIÇÃO

 Não conseguimos confessar TODOS os nossos pecados e quando confessamos, muitas vezes não o fazemos direito, com o coração profundamente contrito como deveríamos e com o firme propósito de não mais cometê-lo (como está escrito no Salmo 50 Miserere).
E ainda se assim o fazemos, não conseguimos ser perfeitos na hora de fazermos nossa penitência. Segundo um sacerdote conhecido, a penitencia imposta pelo sacerdote após a absolvição é suficiente para apagar todas as PENAS dos pecados confessados. O problema é que não fazemos a penitência como deveríamos, com coração contrito, com real desejo de reparar o pecado cometido e o firme propósito de não mais cometê-lo, comodizemosa ao rezar o Ato de Contrição
Segundo Pe. Dolindo Ruotolo (Livro: O purgatório - A última das misericórdias de Deus - Editora Logos)Não é Deus quem manda as almas para o purgatório, e sim que as próprias almas por si só vão para lá.
Logo após a morte temos nosso julgamento individual. "Como está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo..."(Hb 9,27)
Neste versículo ainda podemos comprovar que o homem só morre uma vez, então não pode voltar para pagar seus pecados e morrer novamente. Logo após a morte já somos julgados. Somos iluminados pela Verdade Eterna e assim nos vemos como realmente somos.
Diante do esplendor maravilhoso de Deus e Sua Perfeição, a alma não consegue chegar perto Dele, nem com uma pequenina manchinha. Ela prefere estar complemente limpa de toda a mancha do pecado diante da Majestade Infinita de Deus.

O que são penas pagas?


Quando pecamos, ofendemos à Deus e nos afastamos Dele. Transgredimos suas leis de amor e salvação. Então vem a culpa. A partir do momento que confessamos com o sacerdote, nossos pecados são perdoados, conforme Jesus mesmo diz : "Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos".(Jo 20,23)
Mas apesar de sermos perdoados, é preciso reparar, consertar o nosso erro. O pecado foi perdoado, mas as conseqüências (penas) precisam ser reparadas.
Existe uma historinha contada por um sacerdote que exemplifica bem esta situação:
Uma pessoa (pecador) passando pela rua irritado com a vida, joga uma pedra na janela de uma casa( comete um pecado) e quebra a janela. Algum tempo depois ele percebe o que fez e vai falar com o dono da casa(DEUS PAI), pois sentiu o remorso e reconheceu o erro humilhando-se diz ao dono da casa: Olha, fui eu quem quebrou a janela quero pedir-lhe perdão (confissão). O dono da casa, por sua vez, diz: Eu te perdôo, Mas quem vai consertar a janela? (a reparação).
Vejam, o pecado foi perdoado, mas mesmo assim temos que "consertar a janela", temos que reparar o nosso erro para que as penas sejam apagadas.
Se eu não conserto a "janela", ela continua quebrada e a conseqüência do meu pecado continua existindo.
Logo após a Confissão, temos a penitência imposta pelo sacerdote (1 Ave-maria, 1 terço, 5 Pai Nosso, doar uma cesta básica para uma família necessitada, etc.) .
Como nos alertou aquele sacerdote amigo, muitas vezes não conseguimos apagar todas as nossas penas por não fazer a penitência corretamente e por desperdiçarmos os infinitos tesouros que nossa querida Mãe Igreja nos concede.

AS INDULGÊNCIAS.
Quanto mais boas obras praticarmos, mais apagaremos nossas penas. E disso depende do nosso coração na hora que estamos praticando as boas obras ou rezando. Destas a caridade é a que mais apaga as penas, pois a caridade é o amor que demonstramos a Deus e a nossos irmãos. Nosso Pai que está no Céu, é o Próprio AMOR e só nos pede AMOR.
Como diz o Apóstolo São Paulo: "Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade (amor), estes três; mas o maior destes é a caridade (amor)." (ICor13,13)
E ainda São Pedro nos diz:
" Mas já está próximo o fim de todas as coisas; portanto sede prudentes e vigiai em oração;
Antes de tudo, mantende entre vós uma ARDENTE CARIDADE, PORQUE A CARIDADE COBRE UMA MULTIDÃO DE PECADOS" (I Pd 4,7-8)

Apagar as penas, seria satisfazer por completo a DIVINA JUSTIÇA de DEUS pelos dos pecados já confessados, não teremos que responder mais por eles no momento do julgamento.

AS INDULGÊNCIAS.

São os tesouros que juntamos no céu. Mateus 6:19 " Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furam e roubam. Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças e nem a ferrugem, e os ladrões não furam nem roubam. Porque onde está o teu tesouro, lá também está o teu coração"
Nossa Igreja Católica é repleta de graças. Ela nos consede muitas indulgências os tesouros que Jesus nos fala e esses tesouros nem a traça come, nem o ladrão rouba.
Como Jesus disse no Evangelho " Na casa de meu Pai há muitas moradas", " Vou para Junto do Pai vos preparar um lugar". Cada um de nós temos um lugar no céu nos esperando e não podemos deixá-lo vazio. O Pai nos espera para estarmos em pertinho Dele.

Vejam o que nos fala o Manual da indulgência: 


1. Indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos.
2. A Indulgência é parcial ou plenária, conforme liberta, em parte ou no todo, da pena temporal devida pelos pecados.
3. Ninguém pode lucrar indulgências a favor de outras pessoas vivas.
4. Qualquer fiel pode lucrar indulgências parciais e plenárias para si mesmo ou aplicá-las aos defuntos como sufrágio.

Estes são alguns pontos sobre as normas das indulgências. Sugerimos que todos tenham em casa o Manual das Indulgências da CNBB. Você encontrará toda a explicação necessária. E ainda, orações indulgenciadas e como conseguir as indulgências.
Como vimos no item 4, as indulgências não ajudam somente ? nós, mas podemos ajudar e muito as almas do purgatório.

Alguns exemplos:
Concede-se Indulgência plenária ao fiel que rezar piedosamente a Via-Sacra.
Se fizer adoração ao Santíssimo Sacramento por meia hora (no mínimo)
Rezar a poderosa oração do Santo Rosário/Terço em família ou na Igreja.
Fazer a Leitura da Bíblia e meditar por no meia hora (mínimo)

Mas para ganharmos estas indulgências, temos que:
Estarmos Confessados;
Ter o desejo no coração de ganhar as indulgências;
Participar da Santa Missa e receber a Sagrada Comunhão;
E rezar pelo Santo Padre o Papa reinante e por suas intenções.

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fonte: http://www.ultimasmisericordias.com.br/Pagina/2651/PORQUE-VAMOS-AO-PURGATORIO


ELES CHORAM E RECLAMAM COM URGENTES GRITOS


Sermão de São João Maria Vianney sobre o purgatório, retirado do livro "O Espírito do Cura D'Árs". 

Sobre o Purgatório

Por que será que eu me encontro de pé hoje nesse púlpito, meus caros irmãos? O que será que eu venho dizer para vocês? Ah! Eu venho em nome do próprio Deus. Eu venho em nome de seus pobres pais, para despertar em vocês aquele amor e gratidão que vocês lhes devem . Eu venho pra refrescar nas suas memórias novamente, toda a ternura e todo o amor que eles deram a vocês enquanto eles ainda estavam sobre essa terra. 
Eu venho pra dizer a vocês que eles sofrem no Purgatório, que eles choram e reclamam com urgentes gritos o auxílio de suas orações e boas-obras. Eu os tenho visto gritando das profundezas daquelas chamas que os devoram: -"Digam aos nossos amigos, aos nossos filhos, aos nossos parentes, como é grande o mal que eles estão nos fazendo sofrer. Nós nos atiramos aos seus pés para implorar o auxílio de suas orações! Ah! Diga -lhes que desde que nós fomos separados deles, nós temos estado queimando em chamas! 
Oh! Quem poderia permanecer tão indiferente diante dos sofrimentos que estamos enfrentando!" Você vê, meu caro irmão, você escuta aquela terna mãe, aquele pai devotado e todos aqueles parentes que lhe ajudaram e fizeram parte de sua vida? Meus amigos, eles gritam: -"Livrai-nos dessa dor, você pode!" Considerem então meus caros amigos: 1°- A magnitude desses sofrimentos pelos quais passam as almas do purgatório e 2°- os meios dos quais dispomos para mitigar esses sofrimentos: nossas boas obras, nossas orações e acima de tudo, o santo sacrifício da Missa. 
Eu não quero parar neste estágio para provar a existência do Purgatório, pois isso seria uma perda de tempo. Espero que nenhum de vocês tenha a menor dúvida a este respeito. A Igreja, à qual Jesus Cristo prometeu a guia do Espírito Santo e a qual, conseqüentemente, não pode se enganar nem nos enganar, ensina-nos sobre o Purgatório de um modo bem claro e positivo. Isto é uma certeza mais que certa, de que lá é um lugar onde as almas dos justos completam a expiação por seus pecados, antes de serem finalmente admitidas na glória do Paraíso, o qual, diga-se de passagem, já está assegurado a elas. 
Sim meus caros irmãos, isto é um artigo de Fé: se nós não tivermos feito penitência proporcional à gravidade de nossos pecados, ainda que tenhamos sido absolvidos no Sagrado Tribunal da Confissão, nós seremos obrigados a expiar por eles. Nas Sagradas Escrituras há muitos textos que mostram claramente, que embora nossos pecados possam ser perdoados, Deus ainda impõe-nos a obrigação de sofrer neste mundo duros trabalhos temporais ou no próximo através das chamas do Purgatório.
Veja o que aconteceu com Adão. Porque ele se arrependeu logo depois de ter cometido o pecado original, Deus garantiu a ele que o havia perdoado,mas ainda assim Ele o condenou a passar nove séculos sobre esta terra fazendo penitência. Penitências que ultrapassam qualquer coisa que possamos imaginar:..."maldita seja a terra por tua causa. Tirarás dela com trabalhos penosos o teu sustento todos os dias de sua vida. Ela te produzirá espinhos e tu comerás a erva da terra. Comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de que fostes tirado; porque és pó, e em pó te hás de tornar..."(Gênesis 3.17). Veja novamente: Davi ordenou, contrariando a vontade de Deus, que se fizesse o recenseamento de Israel. Atingido pelo remorso de consciência, ele reconheceu o seu pecado, atirou-se ao chão suplicando ao Senhor que o perdoasse. 
Conseqüentemente, Deus tocado pelo seu arrependimento, o perdoou. Mas apesar disso,ele enviou Gad para dizer a Davi que ele teria que escolher entre 3 tipos de punições que Ele havia preparado para Davi reparar pelo seu pecado: a peste,a fome ou a guerra. Davi então respondeu: "Ah! Caia eu nas mãos do Senhor, porque imensa é a sua misericórdia; mas que eu não caia nas mãos do homem..."(ICrônicas 21). Ele escolheu a peste e esta durou apenas 3 dias, mas matou 7 mil pessoas de seu povo. 
Se o Senhor não tivesse detido a mão do Anjo que estava estendida sobre Israel, Jerusalém inteira teria ficado despovoada! Davi ao ver todo o mal causado pelo seu pecado, implorou a graça de Deus pedindo que Deus punisse apenas ele mesmo, mas que poupasse o seu povo que era inocente. Vejam também as penitências de Santa Maria Madalena! Quem sabe não sirvam para amolecer um pouco seus corações?
Meus caros irmãos, o que serão então, o número de anos que nós teremos que sofrer no Purgatório, nós que cometemos tantos pecados e que sob o pretexto de já o termos confessado, não fazemos penitências e nem choramos por eles? Quantos anos de sofrimento nos esperam na próxima vida?
Como poderia eu pintar um quadro dos sofrimentos que essas pobres almas suportam, quando os santos padres da Igreja dizem-nos que os tormentos que elas sofrem são comparáveis ao que passou Nosso Senhor Jesus Cristo durante sua dolorosa paixão? Uma coisa é certa, se o menor sofrimento que Nosso Senhor suportou tivesse sido compartilhado por toda a humanidade, todos estariam mortos devido à violência de seus sofrimentos. O fogo do Purgatório é o mesmo que o fogo do Inferno. A diferença entre eles é que o fogo do Purgatório não é eterno.
Oh! Se Deus permitisse que uma daquelas pobres almas que está mergulhada nas chamas, aparecesse agora neste lugar, toda envolvida pelas chamas que a consome e desse ela mesma um recital dos sofrimentos que ela está suportando! Toda essa Igreja, meus caros irmãos, seria sacudida pelo eco de seus gritos e soluços e talvez quem sabe isso amoleceria os seus corações? Esta pobre alma nos diria: - "Como nós sofremos! Ó irmãos, livrai-nos desses tormentos! Ah, se vocês pudessem experimentar o que é viver separado de Deus!... Cruel separação! Queimar no fogo aceso pela justiça de Deus!.. Sofrer dores incompreensíveis para a mente humana!... Ser devorado pelo remorso, sabendo que poderíamos facilmente ter evitado esses tormentos!... 
Oh! Meus filhos!- gritam os pais e as mães- como podem vocês nos abandonar nessas horas, nós que tanto os amamos quando estávamos sobre essa terra! Como vocês podem ir dormir tranqüilamente em suas camas, enquanto nós queimamos em uma cama de fogo? Como vocês tem coragem de se entregar aos prazeres e alegrias, enquanto nós sofremos e choramos dia e noite? Vocês herdaram nossos bens, nossas propriedades, vocês se divertem com o fruto de nossos trabalhos, enquanto nós sofremos males tão indescritíveis e por tantos anos!.. E não são capazes de oferecer uma pequena oração em nossa intenção, nem uma simples Missa que tanto ajudaria para nos livrar dessas chamas!... Vocês podem aliviar nosso sofrimento, vocês podem abrir nossas prisões e vocês simplesmente nos abandonam. Oh! Quão cruel são estes sofrimentos!..."
Sim meus irmãos, as pessoas julgam de um modo muito diferente, o que é estar nas chamas do Purgatório por todas essas culpas leves. Se é que é possível chamar de "leve" algo que nos faz suportar punição tão rigorosa! Que espanto seria para o homem, grita o profeta real, se mesmo o mais justo dos homens fosse julgado por Deus sem nenhuma misericórdia! Se Deus achou manchas até no sol e malícia nos anjos, o que será então do homem pecador? E para nós que cometemos tantos pecados mortais e praticamente não fazemos nada para satisfazer a justiça de Deus. Quantos anos de Purgatório! 
Meu Deus!-disse Santa Tereza de Ávila- "que alma seria suficientemente pura para entrar diretamente no Céu sem ter que passar pelas chamas da justiça?" Em sua última doença, ela de repente gritou: "Oh Justiça e Poder do meu Deus, quão terrível sois!" Durante sua agonia, Deus permitiu que ela contemplasse por alguns segundos a Sua Santidade, assim como os anjos e os santos do Céu O contemplam. 
E isso causou nela um pavor tão grande, que ela se pôs a tremer e ficou agitada de um modo tão extraordinário que as irmãs perguntaram-lhe chorando: -"Ah! Madre, o que está se passando? Certamente que a senhora não teme a morte depois de tantos anos de penitência e lágrimas amargas!" - Não, minhas filhas, eu não temo a morte, muito pelo contrário, eu a desejo porque só assim estarei unida eternamente a Deus. - Oh! Madre, seriam os teus pecados então, que ainda te aterrorizam depois de tantas mortificações? - Sim minhas filhas- respondeu Tereza- eu temo pelos meus pecados, mas temo por algo ainda maior! - Seria então, o julgamento? - Sim, eu temo pela formidável conta que terei que prestar diante de Deus.  Principalmente porque nesse momento seremos julgados pela justiça e não pela misericórdia. Mas tem algo que ainda me faz morrer de terror. As pobres irmãs já estavam profundamente angustiadas. - Madre, seria por acaso o Inferno? -Não -respondeu ela - O inferno, Graças a Deus não é pra mim. Oh! Minhas filhas, é a Santidade de Deus. Meus Deus, tende misericórdia de mim! Minha vida será confrontada face a face com o próprio Cristo! Ai de mim se eu tiver a menor mancha ou falha! Ai de mim, se eu tiver a menor sombra de pecado! - Ai de nós! - gritaram as pobres irmãs - O que será então no dia das nossas mortes?
O que será então de nós, meus caros irmãos? Nós que talvez em todas as nossas penitências e boas obras, talvez nunca tenhamos conseguido satisfazer por um único pecado perdoado no tribunal da Confissão? Ah! Quantos anos e séculos de tormento para nos punir?... Vamos pagar muito caro por todas essas "pequenas falhas" que nós vemos como algo que não tem a menor importância, como aquelas "pequenas mentirinhas" que nós falamos para evitar problemas para nós mesmos, aqueles pequenos escândalos, o desprezo pelas graças que Deus nos concede a cada momento, aquelas pequenas murmurações nas dificuldades que Ele nos envia! Não, meus caros irmãos, nós não teríamos nunca a coragem de cometer o menor pecado, se pudéssemos entender o quanto isto ultraja a Deus e o quão merecemos ser rigorosamente punidos, já ainda nesse mundo.
Meus irmãos, Deus é justo em tudo que Ele faz. Quando Ele recompensa-nos até pela menor boa ação que fazemos, Ele nos dá muito mais do que qualquer um de nós merecemos. Um bom pensamento, uma boa ação, um bom desejo, ou seja, o desejo de fazer uma boa obra, mesmo quando não somos capazes de fazê-la, Ele nunca nos deixa sem uma recompensa. Mas também, quando se trata de uma matéria de punição, isto é feito com o maior rigor e ainda que tenhamos a menor falta seremos enviados para o Purgatório. Isto é verdade absoluta e nós comprovamos isto pela vida dos santos. Muitos deles não chegaram ao Céu, sem antes terem passado pelas chamas do Purgatório.
São Pedro Damião conta-nos que sua irmã permaneceu vários anos no Purgatório porque ela ouviu com prazer certos tipos de músicas. Conta-se também que dois religiosos fizeram um pacto um com o outro, acertando que quem morresse primeiro viria contar ao sobrevivente em que estado ele se encontrava. Deus permitiu que isso acontecesse e quando um deles morreu, apareceu ao seu amigo. Ele contou ao seu amigo que tinha permanecido 15 anos no Purgatório por seu orgulho de sempre querer fazer as coisas a seu modo. Então seu amigo o cumprimentou por ter permanecido lá por tão pouco tempo! 
O morto então respondeu: - Eu teria preferido ser queimado vivo por 10 mil anos ininterruptos nessa terra, pois esse sofrimento nem poderia ser comparado com o que eu sofri 15 anos naquelas chamas! Um sacerdote contou a um de seus amigos que Deus o havia condenado a permanecer no Purgatório por vários meses, por ter segurado a execução de uma boa-obra que era Vontade de Deus que fosse feita. 
Coitados de nós, meus irmãos! Quantos de nós não temos faltas semelhantes? Quantos de nós recebemos a tarefa de nossos parentes e amigos de mandarmos celebrar Missas e dar esmolas e simplesmente fazemo-nos de esquecidos! Quantos de nós evitamos fazer boas-obras apenas por respeito humano? E todas essas almas presas nas chamas, porque não temos coragem de satisfazer seus desejos! Pobres pais e pobres mães, vocês agora estão sendo sacrificados pela felicidade de seus filhos e parentes! Vocês talvez tenham negligenciado sua própria salvação para construírem suas fortunas. E agora vocês estão sendo traídos pelas boas-obras que vocês deixaram de fazer enquanto ainda estavam vivos! Pobres pais! Quanta cegueira é esquecer de nossa própria salvação!
Você talvez me dirá: -Nossos pais eram pessoas boas e honestas. Eles não fizeram nada de tão grave para merecerem essas chamas! Ah! Se vocês soubesses que eles precisavam de muito menos do que eles fizeram para cair nessas chamas! Vejam o que disse a esse respeito, Alberto, o Grande, um homem cujas virtudes brilharam de modo extraordinário! Ele revelou a um de seus amigos, que Deus o havia levado ao Purgatório por ter se orgulhado de um pensamento sobre seu próprio conhecimento. A coisa mais surpreendente foi que ali haviam verdadeiros santos, muitos que inclusive já tinham sido canonizados pela Igreja e que estavam passando pelas chamas do Purgatório.
São Severino, Arcebispo de Colônia, apareceu a um de seus amigos muito tempo depois de sua morte e disse-lhe que ele havia passado um longo tempo no Purgatório por ter adiado pra de noite, as orações do breviário que ele devia ter recitado pela manhã.
Oh! Quantos anos de Purgatório não passarão aqueles cristãos que não tem o menor escrúpulo em adiar suas orações para uma outra hora, apenas pela desculpa de terem algo mais importante a fazer! Se nós realmente desejássemos a felicidade de possuir a visão beatífica de Deus, nós evitaríamos tanto os pecados mortais como os veniais, uma vez que a separação de Deus constitui-se um tormento tão terrível para essas almas! (FIM) 
  
Do Catecismo da Igreja: 
  
§1022 Cada homem recebe em sua alma imortal a retribuição eterna a partir do momento da morte, num Juízo Particular que coloca sua vida em relação à vida de Cristo, seja por meio de uma purificação, seja para entrar de imediato na felicidade do céu, seja para condenar-se de imediato para sempre. 

§1007 A morte é o termo da vida terrestre. Nossas vidas são medidas pelo tempo, ao longo do qual passamos por mudanças, envelhecemos e, como acontece com todos os seres vivos da terra, a morte aparece como o fim normal da vida. Este aspecto da morte marca nossas vidas com um caráter de urgência: a lembrança de nossa mortalidade serve também para recordar-nos de que temos um tempo limitado para realizar nossa vida: 

Lembra-te de teu Criador nos dias de tua mocidade (...) antes que o pó volte à terra donde veio, e o sopro volte a Deus, que o concedeu (Ecl 12,1.7)
§1013 A morte é o fim da peregrinação terrestre do homem, do tempo de graça e de misericórdia que Deus lhe oferece para realizar sua vida terrestre segundo o projeto divino e para decidir seu destino último. Quando tiver terminado "o único curso de nossa vida terrestre", não voltaremos mais a outras vidas terrestres. "Os homens devem morrer uma só vez" (Hb 9,27). Não existe "reencarnação" depois da morte. 

M.48.6 Morrer em pecado mortal
§1033 Não podemos estar unidos a Deus se não fizermos livremente a opção de amá-lo. Mas não podemos amar a Deus se pecamos gravemente contra Ele, contra nosso próximo ou contra nós mesmos: "Aquele que não ama permanece na morte. Todo aquele que odeia seu irmão é homicida; e sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele" (1 Jo 3,14-15). Nosso Senhor adverte-nos de que seremos separados dele se deixarmos de ir ao encontro das necessidades graves dos pobres e dos pequenos que são seus irmãos morrer em pecado mortal sem ter-se arrependido dele e sem acolher o amor misericordioso de Deus significa ficar separado do Todo-Poderoso para sempre, por nossa própria opção livre. E é este estado de auto-exclusão definitiva da comunhão com Deus e com os bem-aventurados que se designa com a palavra "inferno". 

M.48.15 Preparação para a morte
§1014 A Igreja nos encoraja à preparação da hora de nossa morte ("Livra-nos, Senhor, de uma morte súbita e imprevista": antiga ladainha de todos os santos, a pedir à Mãe de Deus que interceda por nós "na hora de nossa morte" (oração da "Ave-Maria") e a entregar-nos a São José, padroeiro da boa morte: 
Em todas as tuas ações, em todos os teus pensamentos deverias comportar-te como se tivesses de morrer hoje. Se tua consciência estivesse tranquila  não terias muito medo da morte. Seria melhor evitar o pecado que fugir da morte. Se não estás preparado hoje, como o estarás amanhã? 

Louvado sejais, meu Senhor, por nossa irmã, a morte corporal, da qual homem algum pode escapar. Ai dos que morrerem em pecado mortal, felizes aqueles que ela encontrar conforme a vossa santíssima vontade, pois a segunda morte não lhes fará mal.

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Fonte: http://www.ultimasmisericordias.com.br/Pagina/3294/ELES-CHORAM-E-RECLAMAM-COM-URGENTES-GRITOS